Paralimpíadas:
98% dos medalhistas receberam bolsa atleta do governo
- 20/09/2016 23h06
- Brasília
Gésio
Passos - Repórter do Portal EBC
O Brasil realizou a melhor
campanha em Paralímpiadas da história, na Rio 2016, apesar de não ter atingindo
a meta de chegar entre os cinco primeiros em ouros do quadro de medalhas. Foram
72 medalhas conquistadas por 103 atletas em esportes coletivos e individuais.
Para chegar a essa meta, o país
investiu mais de R$ 99 milhões em 5.191 bolsas para atletas com deficiência, do
esporte escolar até a alto rendimento, segundo informações do Ministério do
Esporte. O governo federal afirma que o programa de incentivo é o maior do
gênero no mundo. O programa se mostra fundamental para a performance do país
nos Jogos.
Saiba Mais
Da delegação total de 289
brasileiros na Rio 2016, 262 (ou 90,65%) tiveram patrocínio de bolsas atletas
durante o último ciclo paralímpico, entre 2012 e 2016. Dos 103 medalhistas
brasileiros, 101 receberam bolsas do governo durante esse período. Apenas dois
medalhistas do futebol de cinco, Maurício Tchope, o Dumbo e Felipe Sabino não
receberam a bolsa no período. O nadador Ruan de Souza, bronze no Rio, apesar de
não receber bolsa em 2016, foi contemplado pelo programa de 2012 a 2014.
Para o judoca veterano Antônio
Tenório, prata no Rio e vencedor de outras cinco medalhas paralímpicas, “o
Brasil tem que continuar investindo nesses atletas e confiando na grande
potência do paradesporto. Se parar de investir, nosso rendimento vai cair".
O craque Ricardinho, do futebol de 5 e tricampeão olímpico, disse que “de 2013
para cá, tivemos aumento nos recursos para o esporte paralímpico, e as
modalidades evoluíram. Temos que melhorar, pois as outras seleções estão
evoluindo e não queremos ficar para trás. Esperamos que o próximo ciclo
continue neste crescendo”.
Em comparação, nos Jogos
Olímpicos do Rio, 358 (76,9%) dos 465 atletas participantes receberam bolsa
atleta. Dos 49 atletas que conquistaram 19 medalhas, 20 homens (40,8% do
total), dois do vôlei e 18 do futebol, não receberam apoio do programa bolsa
atleta. O futebol masculino é a única modalidade que não é apta a receber o
apoio do programa.
Segundo informações do Ministério
do Esporte, a bolsa atleta é o único patrocínio de 96% dos atletas olímpicos e
paralímpicos. Desde 2005, quando o programa foi criado, foram investidos mais
de R$ 600 milhões em 43 mil bolsas. O ministro Leonardo Picciani informou, após
os Jogos, a continuidade do projeto de bolsas e que o orçamento para preparação
de atletas será ampliado de R$ 505 milhões para R$ 656 milhões, em 2017.
Outros aportes
O governo ainda realizou
convênios de R$ 72 milhões com confederações e com o Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB). Além disso, com recursos públicos, foi construído o Centro de
Treinamento Paralímpico, inaugurado em São Paulo, em agosto, com o valor de R$
187 milhões, administrados também pelo CPB.
Edição: Jorge
Wamburg e Luiz Cláudio Ferreira Fonte/ Portal EBC
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