segunda-feira, 25 de março de 2019

Barragem


Moradores simulam fuga de área de barragem que pode se romper
Mina Gongo Soco, da mineradora Vale, fica em Barão de Cocais (MG)
Publicado em 25/03/2019 - 12:28
Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Brasília

A prefeitura de Barão de Cocais (MG) decretou feriado municipal hoje (25). O objetivo é permitir que a população participe do exercício de evacuação de áreas que correm o risco de ser atingidas caso a barragem sul superior da Mina de Gongo Soco, da mineradora Vale, se rompa.

O simulado ocorrerá às 16 horas. Ao longo da manhã, técnicos da Defesa Civil estadual realizam reuniões preparatórias em diferentes pontos da cidade, orientando a população sobre o exercício de evacuação de emergência e sobre como proceder em caso de desastre.
“Não há motivo para pânico”, garantiu o diretor de Resposta a Desastres da Defesa Civil, capitão Herbert Aquino Marcelino, em vídeo divulgado nas redes sociais. “O importante é que o cidadão receba informações do que fazer para, de forma segura, realizar uma evacuação em caso de emergência”, acrescentou.
Barão de Cocais, Defesa Civil, represas  Defesa Civil orienta população em Barão de Cocais - Prefeitura Municipal de Barão de Cocais/Divulgação 
A Vale acionou o nível de alerta 2 para a barragem em 8 de fevereiro. Na ocasião, todos os moradores da chamada área de salvamento foram retirados da região. Na última sexta-feira (22), após detectar a instabilidade do terreno, a mineradora elevou o alerta para o nível 3, admitindo o risco iminente de ruptura da estrutura e intensificando o temor de que uma nova tragédia parecida com o rompimento das barragens de rejeitos de Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais, se repita.

A estimativa é que cerca de 6 mil pessoas vivam em áreas passíveis de serem diretamente impactadas pelo eventual rompimento da barragem. No total, a população cocaiense gira em torno de 29 mil pessoas.De acordo com Marcelino, caso a barragem colapse, os impactos serão sentidos não só nas áreas de salvamento, mas também em áreas próximas à calha do Rio São João.
“Por isso, vamos realizar o simulado, repassar informações e treinar a evacuação das pessoas que moram ou trabalham nestas áreas próximas à calha do rio”, complementou o capitão.Ontem (24), a Defesa Civil de Minas Gerais divulgou um mapa que marca os sete pontos para onde os moradores de Barão de Cocais deverão se dirigir, caso necessitem de proteção.
Apesar das tentativas das autoridades municipais e estaduais de tranquilizar a população, moradores de Barão de Cocais usaram a página da prefeitura no Facebook para registrar temor e indignação.

“Termos chegado a este ponto de ver a cidade sucumbir é trágico. Muito poderia ter sido feito pelas mesmas autoridades e NADA foi feito. Agora só nos resta dançar conforme a música. E a música é triste demais”, registrou uma internauta.
“Moro em Barão. Estamos apreensivos...preocupados”, comentou outra. “Gostaríamos de saber qual o prazo dado para que a Vale responda sobre o que realmente será feito para solucionar o problema da barragem”, questionou uma terceira internauta.
Assinado pelo prefeito Décio Geraldo dos Santos, o Decreto Municipal nº 67 institui o “Feriado Pela Segurança”.

A medida atinge todas as repartições públicas municipais, com exceção dos serviços de coleta de lixo e os prestados pela Secretaria de Assistência Social, Defesa Civil, Hospital Municipal Waldemar das Dores e postos de saúde dos bairros Leão XIII e Garcia.
Já as aulas na rede pública municipal estão suspensas hoje e amanhã (26), com exceção das escolas das localidades de Boa Vista, São Gonçalo do Rio Acima, Córrego da Onça e Cocais, que deverão funcionar normalmente.
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Edição: Lílian Beraldo

quarta-feira, 20 de março de 2019

Depoimento da Vale


CPI remarca depoimento do ex-presidente da Vale para próxima semana
Publicado em 19/03/2019 - 11:55
Por Karine Melo - Repórter da Agência Brasil Brasília

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, fala à imprensa após reunião com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

A oitiva do ex-presidente da Vale, Fábio Schuwartzman na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o rompimento da Barragem em Brumadinho foi remarcada para o dia 28 de março, às 9 horas. O executivo seria ouvido hoje pela Comissão, mas apresentou um atestado médico.

Durante a reunião desta terça-feira (19) os senadores aprovaram a mudança do nome da Comissão. Proposta pela presidente do colegiado, senadora Rose de Freitas (Pode - ES), ela passará a se chamar CPI de Brumadinho e outras barragens. Ao defender a mudança a senadora argumentou que no Brasil há muitas barragens em situação de risco, construídas como a da Mina do Córrego do Feijão e que, por isso, a Comissão deveria ampliar seu alcance. Por sugestão de Rose de Freitas, para dar uma resposta mais célere à sociedade, foi aprovada a redução do tempo de trabalho do colegiado de 180 para 120 dias, com possibilidade de prorrogação.
Cronograma
Hoje também foi aprovado o cronograma da CPI proposto pelo relator, senador Carlos Viana (PSD-MG). Os trabalhos serão divididos em quatro eixos. Investigativo, para apurar as causas da tragédia. Outro para identificar lacunas e falhas na atuação dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais responsáveis por licenciar e fiscalizar as barragens. O terceiro eixo fala em “recomendações”, de uma nova estrutura de fiscalização e ações para o equilíbrio econômico da atividade de mineração. 
E o quarto e último será propositivo, no que diz respeito a mudanças na legislação que estabeleçam critérios técnicos adequados para a segurança de barragens, além de punições duras em caso de não cumprimento. Nessa fase, um do objetivo é aperfeiçoar a legislação para assegurar a reparação de todos os danos causados aos cidadãos, ao meio ambiente, à infraestrutura e à economia dos municípios atingidos.
Requerimentos
Os senadores aprovaram hoje 32 requerimentos. Os documentos tratam de recursos para a CPI, compartilhamento de provas, requisição de informações e convocações.
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Edição: Valéria Aguiar

terça-feira, 12 de março de 2019

Pará faz leilão dos portos


Governo quer leiloar seis terminais portuários no Pará
Publicado em 12/03/2019 - 06:13
Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Brasília


Após o leilão de concessão de 12 aeroportos e da ferrovia Norte-Sul, previstos para março, o próximo passo do governo será conceder à iniciativa privada a exploração de cinco áreas portuárias em Belém e uma em Vila do Conde, no Pará. O leilão, marcado para o dia 5 de abril, na Bolsa de Valores de São Paulo, prevê investimentos de R$ 430 milhões nas seis áreas.


Porto de Vila do Conde, no Pará Portal CDP/Divulgação


Todas as seis áreas são destinadas à movimentação e armazenagem de granéis líquidos (combustíveis). De acordo com o Ministério da Infraestrutura, o valor mínimo de outorga começará em R$ 1. A medida, segundo a pasta, visa a assegurar o maior percentual de investimento e não a geração de caixa para a União.

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O ministério aposta que com o leilão haverá maior competitividade e melhoria na logística de abastecimento de combustíveis na Região Norte do país. “Essa parceria será fundamental para o desenvolvimento e a competitividade do setor portuário do país”, avalia o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.


Os investimentos nas cinco áreas do Porto de Belém devem totalizar R$ 304,3 milhões. Em três áreas, os contratos para a movimentação e armazenamento de granéis líquidos têm duração de 15 anos, podendo ser prorrogados por igual período. Nas duas restantes, o prazo é de 20 anos, também prorrogáveis por igual período.


Já em Vila do Conde, o contrato de arrendamento do terminal é de 25 anos, prorrogável por 25. A previsão de investimento é de R$ 126,3 milhões. Com a ampliação, a movimentação de granéis líquidos será ampliada em 4 milhões toneladas/ano.

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Edição: Talita Cavalcante
Tags: terminais portuários Pará governo leilão