Inflação em todas as faixas de renda acelera pelo quarto mês seguido
O índice é
calculado pelo Ipea
Publicado em 12/04/2019 - 12:29
Por Agência Brasil Brasília
A
inflação para todas as faixas de renda acelerou pelo quarto mês seguido, de
acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, referente a março,
divulgado hoje (12). As maiores contribuições para esse resultado vieram de
itens que afetam mais as famílias de menor poder aquisitivo, como cereais
(5,2%), tubérculos (18,7%), hortaliças (6,1%) e frutas (4,3%). Os preços dos
alimentos foram os principais responsáveis pela inflação de 0,8% na classe mais
baixa e responderam por 64% dessa variação total. Ainda que em menor escala, a
alta dos transportes também impactou esse segmento, devido aos reajustes nas
tarifas de ônibus urbano (0,9%) e de trens (2,1%).
No
acumulado do ano, a inflação das famílias de renda mais baixa apontou variação
de 1,73%, com 0,24 ponto percentual acima da registrada pelas famílias mais
ricas (1,49%). Na comparação das taxas acumuladas em 12 meses, essa alta da
inflação do segmento mais pobre é ainda mais significativa. De abril de 2018 a
março de 2019, a inflação da classe de menor poder aquisitivo acumulou alta de
4,96%, ou seja, 0,67 ponto percentual acima da registrada na parcela de renda
mais elevada (4,28%). Segundo o Ipea, essa piora da inflação para os mais pobres
é ainda mais evidente quando se nota que, em março de 2019, enquanto a inflação
da classe mais baixa foi 20 vezes maior que a registrada nesse mesmo mês de
2018, a aceleração da inflação da classe mais alta em 2019 foi mais amena –
valor 6,5 vezes maior.
“Essa
disparidade reflete o comportamento dos alimentos no domicílio, que apontaram
deflação em março do ano passado. De forma similar, a queda de preço nas
tarifas de ônibus intermunicipais e interestaduais e a menor alta dos aluguéis
em março de 2018 também ajudam a explicar esse diferencial de taxas, à medida
que beneficiaram mais significativamente a inflação dos mais pobres no ano
passado”, diz o Ipea.
Já o
segmento de renda mais alta observou uma variação de 0,7% na inflação em
fevereiro. Nessa faixa, embora os alimentos também tenham exercido certa
pressão inflacionária (0,23 ponto percentual), itens como leites e derivados
(0,49%), carnes (0,63%) e bebidas (-0,15%), que impactam as famílias mais
ricas, apresentaram comportamento mais favorável. Para esse grupo, a maior
variação veio dos transportes (0,32 ponto percentual). O Indicador Ipea de
Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de
bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao
Consumidor (SNIPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Edição: Fernando Fraga
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