Taça
Independência: Furacão relembra gols e drama
09/07/2017
às 07:04 | Assessoria CBF
Neste 9
de julho, Brasil comemora 45 anos da conquista, com gol de Jairzinho sobre
Portugal. Ex-jogador recorda lesão que quase o deixou de fora da Seleção
Taça
Independência 1972
Créditos:
Rener Pinheiro / CBF
Naquele 9 de julho de 1972, o
Maracanã vivenciou mais uma de suas emblemáticas noites de futebol e emoção. Às
18h, a Seleção Brasileira entrava em campo para a decisão da Taça
Independência, competição organizada pela CBD - Confederação Brasileira de
Desportos - para comemorar os 150 anos da independência do país. Por
coincidência histórica, o título seria disputado contra o colonizador Portugal.
Quase cem mil pessoas davam o som
da euforia da torcida nas arquibancadas do Maior do Mundo, e embalava um time
de estrelas. Jairzinho, Rivelino, Gerson, Tostão, Clodoaldo e companhia sabiam
que aquele dia era especial, como dois anos antes, quando o planeta havia
reverenciado o futebol verde e amarelo nas quentes terras mexicanas.
Aos 44 minutos do segundo tempo
veio a sensação de alívio. A espera pelo grito de gol terminou com o toque de
um craque em especial: Jairzinho. O Maracanã era um só. E a catarse veio pela
cabeça do Furacão de 70. Bem no seu estilo, veloz e habilidoso, adiantou-se ao
lateral esquerdo português, que só pode fazer a falta. Perigosa. Ao lado
esquerdo da grande área do time liderado por Eusébio e que tinha como base a
equipe do Benfica.
– O Rivelino foi para a bola. Eu
falei que eu ficaria na marca do pênalti, e correria para o primeiro pau. “Bota
essa bola lá”. Rivelino, como Gerson e outros meias, botava a bola onde queria.
Tinha qualidade para isso. Houve esse entendimento, essa sincronização. Quando
ele correu para bola, eu fiz a movimentação e cheguei na frente do goleiro,
cabeceando para o gol – descreve o próprio autor em visita ao Museu Seleção
Brasileira.
Dezoito seleções se hospedaram no
país para a participação no torneio, considerado na época uma versão reduzida
de uma Copa do Mundo. Além delas, mais duas delegações que representaram a
África e a Concacaf completaram a lista de equipes. Dez cidades sediaram os
jogos. O Brasil entrou na segunda fase, a etapa final, no grupo A, ao lado de
Tchecoslováquia, Escócia e Iugoslávia. A Canarinho empatou sem gols com a
primeira e venceu as duas últimas. Ambas vitórias com a marca do Furacão.
O título da Taça Independência
representou uma grande conquista pessoal para Jairzinho, uma continuidade de
sua carreira e do sucesso nos campos. Tudo isso, no entanto, poderia ter sido
diferente. Ele conta:
– Em 71, eu tive um pesadelo de
contusão no quadríceps. Quase fiquei inutilizado para o futebol. Minha sorte
foi ter encontrado um médico de muita qualidade. Ele me salvou. Sempre tive
confiança no meu trabalho e sempre busquei fazer o melhor possível. Foi uma
sequência do meu trabalho e do meu sucesso, continuidade da conquista de 70,
quando fomos considerados por muitos como a melhor seleção de todos os tempos
– recorda o Furacão, que destaca mais um fato sobre a Taça Independência.
– Tivemos uma responsabilidade
imensa de estar jogando no Brasil sem a presença do nosso maior ídolo, Edson
Arantes do Nascimento, o Pelé – explica Jairzinho.
O Rei Pelé despedira-se da
Seleção Brasileira um ano antes, consagrado pelo Tricampeonato mundial e o doce
fardo de já ser o maior jogador de todos os tempos. Naquela noite de 9 de
julho, era Gérson quem desfilava seu talento pela última vez com a Amarelinha.
– Quis o destino que o Brasil
ganhasse a Taça Independência com muita qualidade. Quis ele que fosse Jairzinho
fazendo o gol do título contra Portugal – encerra o ex-jogador, com um sorriso
de satisfação no rosto.
Seleção
Brasileira na Taça Independência:
28/06/72
- Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia
02/07/72
- Brasil 3 x 0 Iugoslávia
05/07/72
- Brasil 1 x 0 Escócia
09/07-72
Brasil 1 x 0 Portugal - Final
Escalação
do Brasil: Leão, Zé Maria, Brito, Vantuir, Marco Antônio (Rodrigues Maia),
Clodoaldo, Gérson, Rivelino, Jairzinho, Tostão e Leivinha (Dario). Treinador:
Zagallo.
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