sábado, 25 de junho de 2016

A China e seu mundo



Capital da China está a afundar-se

Cerca de 20 milhões de pessoas vivem em Pequim
Foto: WU HONG/EPA
JN
24 Junho 2016 às 22:31




Capital da China está a afundar-se
Pequim, super-cidade onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas, tem vindo a afundar-se 11 centímetros a cada ano. Os cientistas avisam. Mas nada muda.


Além dos arrepiantes níveis de poluição, a capital chinesa tem este outro problema: o de estar a afundar-se. E isto acontece com uma gravidade maior na área central da cidade, o coração dos negócios e das finanças do país.

A construção agressiva de arranha-céus nos últimos anos começa a pesar no subsolo de Pequim. Mais: a retirada excessiva de águas subterrâneas está a contribuir largamente para a secagem da base de toda uma cidade. O subsolo vai ficando progressivamente mais compactado.

Isto vai começar por ter um enorme impacto nas infraestruturas ferroviárias, alertam os cientistas, com base no estudo publicado recentemente no "Remote Sensing" e citado esta sexta-feira pelo jornal "The Guardian". Depois, irá afetar os edifícios do distrito de Chaoyang.

As dezenas de milhares de poços de água dispersos pela cidade, sobretudo para servir terrenos agrícolas e paisagísticos, são usados em excesso e sem a necessária fiscalização ambiental.

Pequim não é caso inédito. A Cidade do México sofre do mesmo mal e afunda-se a um ritmo mais acelerado: 28 centímetro por ano. E Banguecoque, na Tailândia, parece acompanha o ritmo chinês com 12 centímetros anuais.


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Ainda Mariana, ainda Samarco



Samarco tem 10 dias para solucionar vazamento de rejeitos em Mariana
  • 08/06/2016 15h37
  • Belo Horizonte




Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil

 Comitê Interfederativo deu 10 dias para que Samarco detalhe como vai conter rejeitos de minério que continuam escoando pela bacia do Rio DoceCorpo de Bombeiros/MG - Divulgação


O Comitê Interfederativo criado para supervisionar o cumprimento do acordo firmado pela Samarco para recuperar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), deu 10 dias para que a empresa detalhe como vai conter os rejeitos de minério que continuam escoando em grande volume pela bacia do Rio Doce.
Um das descrições mais repetidas por ambientalistas e autoridades para se referir à tragédia de Mariana é a de que se trata de um desastre ambiental “em curso”. Uma das principais razões para isso é o imenso volume de rejeitos de minério - mais de 13 milhões de metros cúbicos - ainda retido na região do rompimento e em margens e afluentes da bacia.

Rio Doce
Quando chove sobre a área, o material escoa até a foz do rio Doce, no Espírito Santo, deixando pelo caminho um rastro de poluição. Para lidar com o problema, diques de contenção provisórios foram instalados pela Samarco, mas essas estruturas esgotaram rapidamente sua capacidade de armazenamento.

A empresa propôs a construção de estruturas permanentes, previstas para estarem prontas em dezembro, depois do início do período chuvoso. Após vistoria em maio, no entanto, o Ibama concluiu que, se for mantido o atual ritmo de trabalho, tais diques só estarão prontos no ano que vem.

Pela resolução emitida ontem (7), a Samarco deverá, em dez dias, apresentar alternativas para a contenção de rejeitos, de modo a impedir uma nova poluição de grandes proporções da bacia do rio Doce a partir de outubro, quando aumenta o volume de chuvas na região. Segundo o comitê, existe “a possibilidade iminente de chegar o próximo período chuvoso sem nenhuma capacidade de retenção de rejeitos”.

Plano emergencial
A resolução exige ainda que a Samarco apresente, nos mesmos dez dias, um plano para a dragagem emergencial do reservatório de Candonga, pertencente à Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, que conteve ao menos 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos desde o desastre de Fundão e agora está em seu limite de segurança máximo, sob o risco de também se romper.

“A inação das partes Samarco e Consórcio Candonga representa o pior cenário”, disse o Comitê Interfederativo em relação ao problema. Pelo acordo firmado entre o governo e a Samarco há três meses, a dragagem emergencial da barragem de Candonga deveria ter começado em 28 de março.

Procurada, a Samarco não disse porque ainda não iniciou o trabalho. A empresa, cujas proprietárias são a mineradora brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, também não respondeu aos pedidos da Agência Brasil.

A barragem de Fundão, em Mariana (MG), se rompeu em novembro do ano passado, liberando no rio Doce mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. O desastre matou 19 pessoas e arrasou comunidades próximas, que ainda aguardam a reconstrução.

Edição: Kleber Sampaio