sábado, 19 de dezembro de 2015

Malvinas ou Falklands?

Macri torna possível relação 'mais madura' com Argentina sobre as ilhas Malvinas, diz Cameron
Redação | São Paulo - 19/12/2015 - 14h30
Premiê britânico sinalizou otimismo de nova etapa com Buenos Aires após posse do candidato de oposição ao kirchnerismo, mas defende exploração inglesa


  




O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou neste sábado (19/12) que a vitória do neoliberal Maurício Macri à frente da Presidência da Argentina pode melhorar as relações dos dois países.

Segundo o chefe de governo conservador britânico, a recente entrada de Macri — que encerrou 12 anos de kirchnerismo — é uma "oportunidade" para Londres construir uma relação "mais madura" com Buenos Aires em relação às ilhas Malvinas.

EFE
Cameron acena para possibilidade de fim de hostilidades com argentinos

"Tenho a esperança que a eleição de um novo presidente na Argentina nos permitirá avançar rumo a uma relação mais madura. Está claro que existem muitas áreas nas quais a cooperação beneficiaria a ambos", declarou Cameron, em mensagem natalina dirigida aos moradores das ilhas Malvinas.

Contudo, o premiê inglês destacou que seu Executivo "pressionará" para defender a exploração das jazidas de hidrocarbonetos, que foram descobertas nos arredores do arquipélago há cinco anos — e que aumentou a tensão sobre a reivindicação das ilhas com o governo argentino, então dirigido por Cristina Kirchner.

"Falei com o presidente Macri e, embora esteja disposto a melhorar as relações com a Argentina para o benefício de todos, fui claro no fato de que isso não muda a posição de meu governo sobre seus direitos à autodeterminação", afirmou Cameron aos malvinenses, segundo a Agência Efe.


 Entenda o conflito

Desde 1833, o governo britânico administra e ocupa as Malvinas — também conhecidas como Falkland Islands — e rejeita apelos da Argentina e da comunidade internacional para abrir negociações a respeito da soberania da ilha.

Em 1982, houve uma guerra pela retomada do território. Após 70 dias de conflito, mais de 900 pessoas morreram e a Argentina saiu perdedora. A tensão ganhou um novo fôlego em 2010, quando os britânicos descobriram uma grande reserva de gás e de petróleo offshore, que poderia render bilhões de dólares.

Há quase três anos, Londres fez um referendo com os pouco mais de 1.500 residentes da ilha, que optaram por permanecer sob o status de território além-mar britânico. Buenos Aires rejeitou a consulta popular, alegando que os habitantes foram colocados na região pelo Reino Unido e que, portanto, não tinham o direito de autodeterminação.

Em 2014, o país europeu anunciou que aportaria US$ 268 milhões em infraestrutura militar no território que é reivindicado historicamente pelos sul-americanos. No mesmo ano, o diário britânico Sunday Express revelou que o Reino Unido realiza exercícios militares há anos nas Malvinas para testar a segurança do local diante de uma suposta possibilidade de ataque argentino.

Reprodução/Facebook
Cristina, em abril de 2015, lança flores em homenagem aos mortos nos 33 anos da guerra das Malvinas


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