O DÓLAR CHEGA A R$ 3,77,
fecha em forte alta e sobe mais de 40% no
ano
Preocupações com contas públicas influenciaram
subida da moeda.
Avanço pelo terceiro dia seguido foi de 1,94%, a R$ 3,75.
Avanço pelo terceiro dia seguido foi de 1,94%, a R$ 3,75.
Após chegar a valer R$ 3,77 nesta quarta-feira (2),
o dólar fechou em alta pelo quarto dia seguido, pressionado por preocupações
com as contas públicas do Brasil e o risco de o país perder o grau de investimento (selo internacional de bom pagador).
A moeda norte-americana subiu 1,94%, a R$ 3,7598
para venda. Veja a cotação. Este é o maior patamar de fechamento desde 12 de
dezembro de 2002, quando a moeda terminou o dia cotada a R$ 3,785, segundo a
Reuters.
No ano de 2015, o dólar acumula alta de 41,41%.
Na semana e no mês, há valorização de 4,87% e 3,66%, respectivamente.
Essa forte valorização do dólar comercial reflete na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial.
Na semana e no mês, há valorização de 4,87% e 3,66%, respectivamente.
Essa forte valorização do dólar comercial reflete na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial.
"Tanto na política quanto na economia, a
situação está muito difícil. É provável que o dólar suba ainda mais",
afirmou à Reuters o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo
Siaca, que espera que a moeda norte-americana se aproxime de R$ 4 nas próximas
semanas.
Na segunda-feira (31), o governo enviou ao
Congresso proposta para o Orçamento de 2016 prevendo gastos maiores do que
receitas, acontecimento
inédito. Operadores entenderam que a decisão aumenta a chance de o Brasil
perder seu selo de bom pagador (grau de investimento) nos próximos meses, o que
pode provocar fuga de capitais do país.
Dólar nos últimos
dias
Cotação em reais
3,48773,45963,4963,55253,60843,60143,55283,58533,62713,6883,7598cotação
em R$19/0820/0821/0824/0825/0826/0827/0828/0831/0801/0902/093,43,53,63,73,8
Essa perspectiva vem levando investidores a vender
ativos denominados em reais, pressionando o câmbio. O movimento resistia mesmo
à queda do dólar em relação a outras moedas emergentes, como os pesos chileno e
mexicano, um respiro após fortes altas recentes provocadas por preocupações com
a desaceleração da economia chinesa.
Intervenção do
BC no câmbio
A atuação do Banco Central também tem sido um foco importante para o mercado, que questiona se pode aumentar sua intervenção no câmbio para desacelerar o avanço da moeda norte-americana. Cotações mais altas tendem a pressionar a inflação ao encarecer importados.
A atuação do Banco Central também tem sido um foco importante para o mercado, que questiona se pode aumentar sua intervenção no câmbio para desacelerar o avanço da moeda norte-americana. Cotações mais altas tendem a pressionar a inflação ao encarecer importados.
"A questão é que o BC não vai usar armas
poderosas demais, como leilões (de dólares) no mercado à vista, porque aí a
sinalização vai fazer o mercado testar a disposição dele (de intervir cada vez
mais)", afirmou o operador de um importante banco nacional.
"Mas, por outro lado, os leilões de linha não
têm grande impacto no mercado, e ele (o BC) já está rolando totalmente o lote
de swaps", acrescentou.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9,45
mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de
dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já
rolou US$ 915 milhões, ou cerca de 10% do total de US$ 9,458 bilhões e, se continuar
neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
Prejuízo
bilionário
O Banco Central registrou prejuízo de cerca de R$ 71,93 bilhões com os contratos de swap cambial de janeiro até a última sexta-feira (28), segundo números divulgados pela própria autoridade monetária nesta quarta. Apesar das perdas geradas pelas intervenções no câmbio, o BC não impediu a alta do dólar que, no fim do ano passado, estava em R$ 2,65.
O Banco Central registrou prejuízo de cerca de R$ 71,93 bilhões com os contratos de swap cambial de janeiro até a última sexta-feira (28), segundo números divulgados pela própria autoridade monetária nesta quarta. Apesar das perdas geradas pelas intervenções no câmbio, o BC não impediu a alta do dólar que, no fim do ano passado, estava em R$ 2,65.
O BC tem destacado que, se por um lado há perdas
com os contratos de swap cambial, por outro também há valorização das reservas
internacionais brasileiras (atualmente em US$ 370 bilhões). Esse valor, de
acordo com o BC, supera as perdas com os swaps cambiais.
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