BB tem
reserva de R$ 2 bilhões para o caso de perdas com a Odebrecht
Publicado em 19/06/2019 - 12:39
Por Kelly
Oliveira - Repórter da Agência Brasil Brasília
O Banco
do Brasil tem reservas suficientes para absorver perdas com empréstimos feitos
à Odebrecht, em recuperação judicial, garantiu o presidente do banco, Rubem
Novaes.
Segundo
Novaes, o banco tem empréstimos sem garantias no valor R$ 4 bilhões. Mas 50% desse
valor está provisionado, ou seja, reservado para possibilidade de não
pagamento. “A exigência de provisão nesse caso é no mínimo 30%. Nós temos 50%.
É uma situação extremamente tranquila”, disse ao deixar o Ministério da
Economia, após reunião, na manhã de hoje (19), com o ministro da Economia,
Paulo Guedes, e o indicado para a presidência do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.
De acordo
com o presidente do BB, o lucro do banco só será afetado negativamente se o
abatimento da dívida no processo de recuperação judicial for superior a 50% da
dívida. Caso o desconto seja inferior a 50%, aumenta o lucro do banco porque o
valor provisionado (R$ 2 bilhões) vai para o resultado do balanço da
instituição.
Novaes
lembrou que, no caso da Oi, que também passou por processo de recuperação
judicial, o banco aumentou a rentabilidade porque estava mais provisionado do
que o necessário.
Ontem (18),
a Justiça de São Paulo aceitou o
pedido de recuperação judicial do Grupo Odebrecht. A holding
controladora e mais 19 empresas do grupo deverão apresentar um plano de
recuperação em até 60 dias. Serão renegociadas dívidas em um total de R$ 51
bilhões, excluindo dívidas entre as próprias empresas do grupo e que não podem
ser negociadas dessa forma, como créditos trabalhistas. O montante total de
dívidas chega a R$ 83,6 bilhões.
Tesouro
Questionado
se o Banco do Brasil também vai devolver recursos ao Tesouro Nacional, como fez
recentemente a Caixa Econômica Federal, Novaes disse que são situações
diferentes. “O Banco do Brasil tem situação totalmente diferente dos outros
bancos. Primeiro, que temos acionistas minoritários. Agora, o mais importante é
que os recursos entraram no banco vinculados a empréstimos rurais. [O banco] Só
poderia devolver esses recursos na medida em que empréstimos rurais fossem
vencendo. Tem toda uma cronologia que precisa ser respeitada”, disse.
Ele disse
que o governo também pode escolher deixar esses recursos no banco, para
reforçar empréstimos para agricultura. “Não tem nada definido”, disse.
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Edição: Fernando Fraga
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